'A língua que falamos determina como pensamos': americano que cresceu com indígenas na Amazônia explica relação:gynbet com apostas esportivas

Crédito, DANIEL EVERETT
Talvez poucas pessoas estejam mais aptas a pensar sobre esse problema do que Everett. Nascido nos Estados Unidos, ele teve uma infância incomum nos anos 1980, dividindo seu tempo entre seu país natal, escolas públicasgynbet com apostas esportivasSão Paulo e Porto Velho, e aldeias indígenas no interior da Amazônia,gynbet com apostas esportivasRondônia.
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Caleb é filho do americano Daniel Everett, que veio ao Brasil nos anos 1970 como missionário cristão com o propósitogynbet com apostas esportivastraduzir a Bíblia para o idioma pirahã — uma língua falada hoje por cercagynbet com apostas esportivas300 indígenas brasileiros.
Daniel veio para ajudar a converter os indígenas, mas acabou ele próprio convertido: abandonou a religião e passou a se dedicar ao estudo do pirahã, com um doutoradogynbet com apostas esportivaslinguística na Unicamp.
Uma toneladagynbet com apostas esportivascocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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Desde cedo, Caleb acompanhou o pai e a mãe (que também era missionária)gynbet com apostas esportivasmissões na Amazônia brasileira. Chegou a viver entre os indígenas, passando parte da infância pescando e brincando com eles na floresta.
De volta aos EUA, se formou e foi trabalhar no mercado financeiro. Mas uma questão sempre o perturbou: interessadogynbet com apostas esportivaspsicologia, ele liagynbet com apostas esportivasrevistas científicas que diziam que a forma que os humanos aprendem e entendem os números é universal.
“Nem todos os humanos pensam assim. Eu tenho o grande privilégiogynbet com apostas esportivasconhecer alguns dos povos indígenas do Brasil que não pensam assim”, diz Everett.
Cada vez mais interessadogynbet com apostas esportivaspesquisar sobre os indígenas que conheceu nagynbet com apostas esportivasinfância, ele resolveu dar uma guinada nagynbet com apostas esportivasvida. Abandonou o mundo financeiro, fez doutorado e voltou para Rondônia, onde foi investigar as línguas amazônicas.
Da pesquisa, saiu seu primeiro livro,gynbet com apostas esportivas2017, Numbers and the Making of Us: Counting and the Course of Human Cultures (“Os números e a nossa formação: a contagem e o curso das culturas humanas”,gynbet com apostas esportivastradução livre). No livro, Caleb Everett defende que os números são um conceito que não é natural ou inato ao ser humano — e varia imensamentegynbet com apostas esportivasacordo com cada cultura e idioma, ao ponto que é impossível dizer que existe uma forma universal e “natural” para os humanos aprenderem quantidades.
Recentemente, ele lançou outro livrogynbet com apostas esportivasque volta ao tema. Em A Myriad of Tongues: How Languages Reveal Differences in How We Think (“Uma miríadegynbet com apostas esportivaslínguas: como as línguas revelam diferenças na forma como pensamos”,gynbet com apostas esportivastradução livre), Everett diz que nos acostumamos a acreditar que todas as línguas do mundo usam categorias universais para classificar ideias e objetos — já que a experiência humana é limitada a alguns aspectos comunsgynbet com apostas esportivastodas as culturas.
Afinal, todos nós — independentegynbet com apostas esportivasonde nascemos — contamos quantidades, lembramos do passado, planejamos o futuro e usamos pontos geográficos para nos localizarmos.

Crédito, Emily Fakhoury
Mas, segundo Everett, nem todas as línguas refletem o mundo dessa forma. Há línguas no mundo — como a pirahã, que ele aprendeu na infância — que sequer têm números precisos. Algumas línguas possuem apenas dois tempos verbais (o futuro e o não-futuro); outras possuem sete.
Essas discrepâncias são muito maiores do que apenas diferenças culturais, argumenta Caleb. Elas determinamgynbet com apostas esportivasforma profunda como cada ser humano percebe e pensa o mundo.
A diferença é que para um povo, algumas noçõesgynbet com apostas esportivastempo podem ser não só irrelevantes — como quase incompreensíveis. Já outros povos podem ter uma compreensão mais sofisticadagynbet com apostas esportivastempo do que outros.
Para entender isso, linguistas como Caleb estão se debruçando sobre muitas línguas que não eram devidamente estudadas no passado — sobretudo na Amazônia. A tecnologia e a facilidadegynbet com apostas esportivasse viajar no mundo atual acelerou o trabalho dos linguistas.
Mas eles correm contra o tempo, já que a modernidade está "matando" línguasgynbet com apostas esportivasum ritmo mais acelerado, com povos indígenas tendo cada vez mais dificuldadegynbet com apostas esportivasse sustentarem sem o aprendizadogynbet com apostas esportivasoutros idiomas.
O estudo das línguas amazônicas também está desafiando noções antigasgynbet com apostas esportivasintelectuais sobre como os humanos falam. Esse debate traz à tona uma famosa disputa que existe no mundo acadêmico entre seu pai, Daniel, e o linguista americano Noam Chomsky,gynbet com apostas esportivastorno da língua pirahã,gynbet com apostas esportivasRondônia, justamente a que Caleb aprendeu ainda quando criança.
Chomsky é famoso por propor o conceitogynbet com apostas esportivas“gramática universal” — a ideiagynbet com apostas esportivasque todas as línguas humanas possuem uma estrutura comum, independentegynbet com apostas esportivasonde essas línguas se desenvolvem.
Mas Daniel Everett afirma que a língua pirahã desmente a tesegynbet com apostas esportivasChomsky. Em pirahã, não existiria a recursividade — algo que Chomsky diz ser inerente a todas as línguas e, portanto, universal. Recursividade é quando se insere uma frase dentrogynbet com apostas esportivasoutra, como em: “O policial que prendeu o bandido que roubou uma casa está na delegacia”.
Esse é um dos debates mais acalorados no mundo da linguística. Chomsky chegou a chamar Daniel Everettgynbet com apostas esportivascharlatão e sugeriu quegynbet com apostas esportivaspesquisa sobre os pirahã era falsificada – já que por anos Daniel foi o único acadêmico a falar a língua.
Em entrevista para a BBC News Brasil, Caleb disse acreditar que este debate está ficando no passado, com os avanços tecnológicos que estão acontecendo no mundo da linguística. No mundogynbet com apostas esportivashoje, são faladas maisgynbet com apostas esportivas7 mil línguas — e graças a avanços como ciênciagynbet com apostas esportivasdados e aprendizadogynbet com apostas esportivasmáquina, linguistas estão conseguindo expandirgynbet com apostas esportivascompreensão desses idiomasgynbet com apostas esportivasuma velocidade inédita.
O resultado, segundo Caleb, é que algumas noções clássicas do mundo da linguística dos anos 1970 estão finalmente podendo ser colocadas à prova — e muitas delas não estão sendo aprovadas no teste.
Confira abaixo a entrevista que Caleb Everett deu à BBC News Brasil na qual fala sobre suas experiências na Amazônia brasileira, o debate sobre como as línguas moldam o mundo que experimentamos e os avanços no estudo dos idiomas nos diasgynbet com apostas esportivashoje.
gynbet com apostas esportivas BBC News Brasil: Seu livro sugere que estamos tendo uma melhor compreensão das maisgynbet com apostas esportivas7 mil línguas que hoje são faladas no mundo. O que os linguistas estão aprendendo com essas línguas menos conhecidas?
gynbet com apostas esportivas Caleb Everett: Estamos aprendendo muito. O que está claro é que as línguas são muito mais diferentes entre si do que pensávamos. Nós costumávamos supor que existia essa diversidade entre as línguas, mas que por trás delas haveria algum tipogynbet com apostas esportivascomponente universal — algo que todas as línguas compartilhavam.
E o que estamos descobrindo, à medida que olhamos para mais e mais línguas, é que elas são diferentesgynbet com apostas esportivasmaneiras muito profundas, que não foram previstasgynbet com apostas esportivasalguns dos modelos teóricos da linguística dos anos 1960 e 1970.
Existem alguns pontosgynbet com apostas esportivascomum, é claro. Todos nós temos os mesmos ouvidos, as mesmas bocas e os mesmos cérebros.
Há essas semelhanças entre as línguas, mas não é porque existe algo geneticamente programado dentro da linguagem.

Crédito, DIVULGAÇÃO
gynbet com apostas esportivas BBC: Muito do seu trabalho é baseadogynbet com apostas esportivaslínguas amazônicas que você estuda há muito tempo. O que você aprendeu especificamente com elas?
gynbet com apostas esportivas Everett: A Amazônia é realmente fascinante, porque embora existam outras regiões do mundo, como a Nova Guiné ou a África Ocidental, que têm mais línguas, as línguas da Amazônia são totalmente não relacionadas entre si.
Existem algumas centenasgynbet com apostas esportivaslínguas, mas existem dezenasgynbet com apostas esportivasfamílias linguísticas, como tupi ou aruaque ou algumas outras línguas isoladas que não têm ‘parentes’ conhecidos.
Algumas são totalmente distintas entre si e estão a apenas 100 quilômetrosgynbet com apostas esportivasdistância uma da outra.
A Amazônia é uma espéciegynbet com apostas esportivasmicrocosmo fascinante da diversidade linguística que existe no mundo.
E podemos aprender muito sobre as diversas formas como os humanos se comunicam olhando apenas para as pessoas na Amazônia.
Muitas vezes, eu acho, nós somos culpados no Ocidentegynbet com apostas esportivasuma espéciegynbet com apostas esportivashomogeneização desses grupos. Nós meio que os colocamos suas línguas, suas culturas no mesmo bojo.
gynbet com apostas esportivas BBC: Na Amazônia, o que você descobriu que sustenta essa ideiagynbet com apostas esportivasque as pessoas pensam diferente porque falam diferente?
gynbet com apostas esportivas Everett: Uma forma pela qual as línguas dessa região produziram insights é como as pessoas pensam sobre o tempo.
Em inglês egynbet com apostas esportivasmuitas línguas, temos a tendência, por exemplo,gynbet com apostas esportivasusar metáforasgynbet com apostas esportivasque o futuro está na nossa frente e o passado está atrásgynbet com apostas esportivasnós.
Mas existem alguns grupos na Amazônia que não falam sobre o tempo dessa forma.
Há um caso famosogynbet com apostas esportivaslíngua Tupi Kawahib, onde eles nem falam sobre tempogynbet com apostas esportivastermosgynbet com apostas esportivasespaço.
Quando uma língua como o inglês tem três tempos, algumas línguas têm até sete tempos. Elas dividem o tempogynbet com apostas esportivasmaneiras muito diferentes.
Então não se trata apenasgynbet com apostas esportivascoisas superficiais, como “eles falam sobre plantas e animaisgynbet com apostas esportivasforma diferente”.
E isso é verdade até certo ponto. Mas o que mais me interessa, e o foco do livro, são esses aspectos fundamentais do pensamento humano.
Como pensamos sobre as quantidades, como pensamos sobre o espaço, como pensamos sobre o tempo e como os humanos desenvolvem essas capacidades, e como isso parece variargynbet com apostas esportivasalguns aspectos entre culturas.
gynbet com apostas esportivas BBC: No seu livro, você dá o exemplogynbet com apostas esportivasuma frasegynbet com apostas esportivasinglês com muitas referências ao tempo: “Na segunda-feira passada eu corri por meia hora, como eu faço todas as semanas”. Você disse que algumas das línguas que estuda não têm todos os recursos para enquadrar o tempo dessa forma. Já outras têm sete tempos verbais. Essas línguas são menos ou mais sofisticadas do que as que estamos acostumados?
gynbet com apostas esportivas Everett: Você vê idiomas que talvez prestem atenção ao tempo e às maneiras que nós não fazemos.
Se você tiver nagynbet com apostas esportivaslíngua apenas passado, presente ou futuro, quando você estiver falando, basta indicar se foigynbet com apostas esportivasum desses três tempos.
Mas se você tem sete tempos que podem incluir algo como passado muito distante ou um futuro muito distante, então você deve prestar atenção a esses aspectos temporais e talvez a formas mais sutis.
gynbet com apostas esportivas BBC: Em que idioma foi isso?
gynbet com apostas esportivas Everett: É uma linguagem chamada yagua [falada na Amazônia peruana]. Embora existam muitas línguas que possuem cinco ou seis tempos, há algumas que não possuem nenhum tempo verbal.
Uma das línguas que trabalhei na Amazônia, Karitiana, tem dois tempos: futuro e não futuro. Essa é uma língua falada no Estadogynbet com apostas esportivasRondônia. Esse é um sistemagynbet com apostas esportivastempo bastante comum. Mas o exemplo que você lembrou, sobre uma corrida que fizgynbet com apostas esportivas30 minutos ontem ou na semana passada. Vamos pensar sobre essa frase. O que são 30 minutos? Minutos é algo muito definido cultural e linguisticamente. O minuto vemgynbet com apostas esportivasum sistema numéricogynbet com apostas esportivasbase 60 que remonta à Mesopotâmia, e é por isso que dividimos a nossa hora 60 — e depois dividimos novamente para ter segundos. São coisas culturais muito arbitrárias que aprendemos, e parecem naturais para nós à medida que aprendemos a contar as horas.
Mas é realmente antinatural para muitas pessoas.
Então você pode imaginar se estiver conversando com um amazônico que nunca topou com o conceitogynbet com apostas esportivashoras, minutos ou semana, que também é culturalmente construída. Há tantas tradições culturais muito específicas incorporadas apenas nessa frase que impactam como pensamos.
Pense no quanto o seu dia é ditado olhando os relógios e pensando onde você tem que estargynbet com apostas esportivasum determinado horário egynbet com apostas esportivasdeterminados minutos. Isso tudo é arbitrário.
Muitas culturas prescindem completamente destas noções. Estas coisas são codificadas na linguagem aprendida pelas crianças desde cedo, que moldam a forma como pensamos sobre a passagem do tempo. E isso parece totalmente natural para nós até que você seja confrontado com alguém para quem esses conceitos sejam totalmente antinaturais e você percebe "este é um humano inteligente e eles não precisam desses conceitos.”
Isso não quer dizer que eles sejam inúteis. Acho que são muito úteis, mas são úteis no nosso contexto cultural. E são apenas uma maneira diferentegynbet com apostas esportivaspensar sobre o mundo. Eles não são “a” maneiragynbet com apostas esportivaspensar sobre o mundo.
gynbet com apostas esportivas BBC: Vamos pegar, por exemplo, o idioma que você mencionou que tem sete tempos. O que você percebe que é diferente na maneira como eles pensam ou na forma comogynbet com apostas esportivassociedade é?
gynbet com apostas esportivas Everett: Parte disso, eu diria, é arbitrário.
Mas o que alguns pesquisadores tentaram fazer é um teste experimental: será que estas diferenças linguísticas têm impacto na forma como as pessoas pensam sobre o tempogynbet com apostas esportivasgeral, mesmo quando não estão falando?
E há uma boa quantidadegynbet com apostas esportivasevidências agoragynbet com apostas esportivasque isso acontece.
Como no exemplo do futuro estando àgynbet com apostas esportivasfrente no passado, atrásgynbet com apostas esportivasvocê.
Há uma boa quantidadegynbet com apostas esportivasevidências experimentais agoragynbet com apostas esportivasque, mesmo quando as pessoas nessas línguas estavam, o passado está àgynbet com apostas esportivasfrente e o futuro está atrásgynbet com apostas esportivasvocê, há uma boa quantidadegynbet com apostas esportivasevidênciasgynbet com apostas esportivasque as pessoas pensam sobre o tempogynbet com apostas esportivasmaneira diferente, mesmo quando elas não estão falando.
Experiências básicas mostraram que quando as pessoas falam sobre o futurogynbet com apostas esportivasalgumas destas línguas, elas apontam para trás, e quando falam sobre o passado, apontam para a frente, enquanto os falantesgynbet com apostas esportivasinglês fazem o inverso.
Tendemos a pensar que estamos caminhandogynbet com apostas esportivasdireção ao futuro, enquanto para muitas dessas culturas é o contrário. E se você pensar bem, faz sentido. Porque você pode ver o passado. Você vê o que comeu no café da manhã. Você sabe o que aconteceu ontem. Mas o futuro é meio desconhecido para nós, então esse tipogynbet com apostas esportivasmetáfora básicagynbet com apostas esportivasvisão e ver o passado, não ver o futuro, é a basegynbet com apostas esportivascomo as pessoas pensam sobre o tempo. E algumas dessas culturas e essa formagynbet com apostas esportivaspensar sobre o tempo surge mesmogynbet com apostas esportivascontextos não linguísticos.

Crédito, Daniel Everett
gynbet com apostas esportivas BBC: Você teve uma infância muito interessante e inusitada, tendo passado grande parte do tempo com indígenas no Brasil. Como foi essa experiência?
gynbet com apostas esportivas Everett: Tenho boas lembranças da minha infância e do Brasil. Passei grande parte da minha infância na aldeia pirahã com minhas duas irmãs e meus pais.
Mas também passei um tempogynbet com apostas esportivasescolas públicas brasileiras, indo e voltando e ocasionalmente visitando os EUA.
Minha infância foi uma misturagynbet com apostas esportivasestar na aldeia no meio da selva, estargynbet com apostas esportivascidades brasileiras e depois estar ocasionalmentegynbet com apostas esportivascidades americanas.
Em Porto Velho,gynbet com apostas esportivasCampinas egynbet com apostas esportivasSão Paulo, porque meu pai acabou fazendo doutorado na Unicamp.
As memóriasgynbet com apostas esportivasestar na selva são geralmente muito boas. Eu olho para trás agora e penso que nunca faria isso com meu filho (risos), quando penso nos riscos que corremos. Todos nós contraímos malária. É fácil olhar para trás com carinho quando todos sobreviveram.
Mas porque todos nós sobrevivemos e eu tenho boas lembrançasgynbet com apostas esportivasestar na aldeia nadando no rio com meus amigos indígenas,gynbet com apostas esportivascaçar ou pescar com minhas irmãs, mas também alguns dos aspectos negativos, como a exploração dos indígenas por comerciantes locais.
No geral, foi uma infância muito positiva e tenho ótimas lembrançasgynbet com apostas esportivasestar na selva.
gynbet com apostas esportivas BBC: Você mencionou a língua pirahã e esse tem sido um debate bastante famoso no mundo linguístico entre seu pai e o famoso linguista americano Noam Chomsky. Esse debate intelectual chegou a ser bastante feroz na trocagynbet com apostas esportivaspalavras. O seu trabalho parece estar muito relacionado a essa questão que é central no mundo da linguística. Como você vê esse debate tão polêmico?
gynbet com apostas esportivas Everett: É um debate muito polêmico. Gostogynbet com apostas esportivaspensar que,gynbet com apostas esportivascerta forma, a ciência superou alguns desses debates e o campo se tornou mais empírico. Meu pai foi certamente uma das pessoas que contribuiu para isso. Muitos pesquisadores nas últimas décadas trouxeram dadosgynbet com apostas esportivasdiferentes idiomas na Austrália, na Amazônia e na África, que não parecem estargynbet com apostas esportivasacordo com os modelos que Chomsky e que outros promoveram nas décadasgynbet com apostas esportivas60 e 70. E esses modelos se tornaram muito influentes.
Na defesa desses modelos, eles parecem ter funcionado muito bem no começo.Mas na medidagynbet com apostas esportivasque surgem mais e mais exceções, as coisas simplesmente não parecem se encaixar. E você tem que perguntar qual é a utilidade desse modelo?
O modelo é baseado,gynbet com apostas esportivasgrande parte, no inglês.
A nova safragynbet com apostas esportivaspesquisadores — a minha geração e a geração seguinte — não está muito satisfeita com os modelos dos anos 60 e 70. E isso não é um insulto.
Isso acontecegynbet com apostas esportivasmuitos campos. As coisas evoluem.
E agora acho que já ultrapassamos issogynbet com apostas esportivasuma forma que não é mais o debate central da linguística.

Crédito, Getty Images
gynbet com apostas esportivas BBC: Mas ele ainda desperta muitas emoções fortes. Você acha que o mundo da linguística vai acabar deixando a gramática universal para trás?
gynbet com apostas esportivas Everett: A ideiagynbet com apostas esportivasgramática universal mudou muito. Se você voltar e olhar os estudos dos anos 60 e 70, eles fizeram previsões muito grandes. Agora as previsões são quase impossíveisgynbet com apostas esportivasserem provadas falsas.
Eles dizem: todos os humanos têm uma linguagem e então deve haver uma gramática universal.
É algo tão vago que não se pode discordar, mas que já não ajuda a se fazer nenhuma previsão, na minha opinião.
Mas digo isso também porque os pesquisadores que realmente respeito agora, que são talvez 10 anos mais novos que eu que estão fazendo pesquisasgynbet com apostas esportivasponta, eles não parecem estar levandogynbet com apostas esportivasconta esse debate no seu trabalho.
Em vez disso, eles estão focadosgynbet com apostas esportivasrealizar experimentos realmente bons, usando big data, ciênciagynbet com apostas esportivasdados e programaçãogynbet com apostas esportivascomputador, que se tornaram central para o trabalho que fazemos.
E isso não é verdade apenas na pesquisa linguística.
Quando as pessoas investem décadasgynbet com apostas esportivassuas vidasgynbet com apostas esportivasqualquer modelo teórico específicogynbet com apostas esportivasqualquer disciplina, elas tendem a ser indivíduos bastante tendenciosos.
E então existe uma velha expressão que diz: a ciência muda uma aposentadoria por vez. E,gynbet com apostas esportivascerta forma, acho que isso é verdade, que leva tempo.
Gostamosgynbet com apostas esportivaspensar que somos objetivos, mas na verdade não somos, depois que investimos décadasgynbet com apostas esportivasuma determinada visão e a promovemos, é preciso ser uma pessoa realmente grande para dizer “sabe: eu estive errado nos últimos 30 anos e preciso reconhecer isso diantegynbet com apostas esportivastantas evidências".
Eu não vou ficar parado esperando isso acontecer. Eu acho que é apenas uma mudança social gradualgynbet com apostas esportivasuma disciplina.
gynbet com apostas esportivas BBC: A tecnologia recente acelerou o estudo das línguas. Mas muitas dessas línguas estão morrendo rapidamente também. Existe uma corrida contra o tempo para estudá-las antes que morram?
gynbet com apostas esportivas Everett: Sim. Eu acho que há muita documentação linguística ao redor do mundo e às vezes eu acho que na verdade somos meio egoístas como pesquisadores, queremos obter todos esses dados antes que eles desapareçam ou queremos manter as pessoas falando suas línguas.
Na Amazônia, por exemplo, você vê que existem alguns grupos indígenas que realmente importam muito para eles manteremgynbet com apostas esportivaslíngua e para alguns deles isso não parece importar muito.
E quem somos nós para dizer a eles que isso deveria importar?
Acho que às vezes isso é importante para mim porque eu tenho um interesse egoístagynbet com apostas esportivasquerer mais idiomas e é uma coisa fascinante para mim e para minha carreira olhar para esses dados.
Mas sim, infelizmente, para alguns, as línguas estão morrendo.
Elas estão morrendo principalmente hojegynbet com apostas esportivasdia por razões econômicas, na medidagynbet com apostas esportivasque gruposgynbet com apostas esportivaspessoas que estão no Brasil egynbet com apostas esportivasoutros lugares, se quiserem que seus filhos possam ser economicamente viáveis diante do encolhimento das reservas e da dificuldade cada vez maiorgynbet com apostas esportivassobreviver da caça e da pesca, essas pessoas têm que falar português, espanhol ou inglês.
Dependendo do contextogynbet com apostas esportivasque se encontram, as pressões econômicas são tão fortes sobre alguns destes grupos individuais que a maioria dos modelos sugere que muitas destas línguas desaparecerão nos próximos 100 anos.
gynbet com apostas esportivas BBC: Ao longo dagynbet com apostas esportivasvida, você viu línguas amazônicas morrerem ou prestes a morrer?
gynbet com apostas esportivas Everett: Sim. Um exemplo que me vem à mente é o idioma suruí que também é faladogynbet com apostas esportivasRondônia e ainda há falantes. O missionário que foi um dos primeiros a contatá-los nos anos 60 falava que era um idioma vibrantegynbet com apostas esportivastermos linguísticos, mas agora muitas dessas pessoas falam principalmente português.
E se você olhar a proporçãogynbet com apostas esportivascrianças que estão aprendendo a língua como primeira língua, você vê que isso está diminuindo. Esse é geralmente o melhor indicadorgynbet com apostas esportivasse uma linguagem sobreviverá ou não.
Para muitas destas línguas, simplesmente não há muitas crianças aprendendo-as.
Existem outras línguas que vimos morrer completamente.
Uma que me vem à mente é uma língua chamada Orouim, que era falada na fronteira brasileira com a Bolívia.
Mas há muitos exemplosgynbet com apostas esportivaslínguas que acabaram morrendo. Ougynbet com apostas esportivaslínguas onde ainda há muitos falantes, mas a proporçãogynbet com apostas esportivasnúmerogynbet com apostas esportivasfalantesgynbet com apostas esportivasportuguês aumentou muito entre as crianças. Você vê isso no parque Xingu, por exemplo. Muitas das línguas ainda são faladas, mas muitas vezes as crianças falam principalmente português.
gynbet com apostas esportivas BBC: E com a morte das línguas a humanidade está perdendo diversidade na formagynbet com apostas esportivasse pensar o mundo?
gynbet com apostas esportivas Everett: Uma das coisas que descobrimos e que é mencionada no livro é que há vários grupos que demonstraram ter vocabulários ricos sobre cheiros.
Isso é outra coisa que costumávamos pensar: “nós, humanos, não temos palavras abstratas para cheiros”.
Mas acontece que houve uma sériegynbet com apostas esportivaslínguas documentadas nos últimos 10 anos que possuem palavras ricas e abstratas para cheiros.
À medida que essas línguas morrem e algumas delas estão à beira da extinção, estamos perdendo algo crítico sobre como os humanos pensam sobre cheiros e como eles podem falar sobre cheiros. Se perdemos isso, nós perderemos um poucogynbet com apostas esportivascomo os humanos pensam sobre os cheiros que sentem.
Na medidagynbet com apostas esportivasque as línguas morrem, estamos perdendo algo básicogynbet com apostas esportivasnossa compreensãogynbet com apostas esportivascomo os humanos pensam sobre as sensações que sentem.
gynbet com apostas esportivas BBC: Você compara línguas amplamente faladas com línguas pouco conhecidas para ilustrar como pessoas podem pensargynbet com apostas esportivasformas diferentes. Mas existe essa diferença na formagynbet com apostas esportivaspensar o mundo mesmo entre línguas amplamente faladas? Por exemplo, um chinês pensa o mundo diferentegynbet com apostas esportivasum alemão, por conta da língua que fala?
gynbet com apostas esportivas Everett: É sempre difícil saber quanto disso é a cultura e quanto disso é a linguagem. Mas no caso chinês, por exemplo, tem havido algumas pesquisas fascinantes mostrando que os falantesgynbet com apostas esportivasmandarim parecem pensar sobre o tempogynbet com apostas esportivasmaneiras diferentes dos falantesgynbet com apostas esportivasinglês, porque as metáforas que usam para o tempo são um pouco diferentes.
Os chineses usam metáforas verticais,gynbet com apostas esportivasque o tempo está caindo,gynbet com apostas esportivasoposição à metáfora horizontal do futuro estar diantegynbet com apostas esportivasvocê, como no inglês.
Outro exemplo com falantesgynbet com apostas esportivaschinês é o da cognição quantitativa — como as pessoas pensam sobre quantidades.
Os falantesgynbet com apostas esportivasinglês, por exemplo, tendem ser um pouco mais lentos do que os falantesgynbet com apostas esportivaschinês no aprendizadogynbet com apostas esportivasnúmeros, por causa como gynbet com apostas esportivasnúmeros como 11 (“eleven”) e 12 (“twelve”).
No inglês, nas dezenasgynbet com apostas esportivas13gynbet com apostas esportivasdiante, existe um padrão previsível: “thirteen” (13) e “fourteen” (14) são a junção do número três e quatro com a dezena (“teen”). Mas isso não acontece com as palavras “eleven” (11) e “twelve” (12).
Em idiomas como o chinês isso é mais transparente. Na parte das dezenas, você aprende a junção “um-dezena”, dois-dezena", etc.
Isso ajudaria a explicar por que as crianças chinesas se saem um pouco melhor mais cedogynbet com apostas esportivasalguns exercíciosgynbet com apostas esportivasadição do que as crianças que falam inglês.
gynbet com apostas esportivas BBC: Um exemplo que se costuma dargynbet com apostas esportivaslinguística é que os esquimós têm maisgynbet com apostas esportivas50 palavras para neve, já que é algo importante na cultura deles. Mas isso é um exemplo errado?
Isso se tornou uma coisa divertida para os linguistas zombarem.
Chegou ao pontogynbet com apostas esportivaso New York Times publicar um artigo que dizia que os esquimós têm centenasgynbet com apostas esportivaspalavras para neve e isso simplesmente não é verdade.
No entanto, a ideia central por trás dessa mentira não é imprecisa, que é agynbet com apostas esportivasque as pessoas vivemgynbet com apostas esportivasambientes muito diferentes. Não égynbet com apostas esportivassurpreender que alguns grupos amazônicos não tenham palavras para neve.
Há algumas evidências agoragynbet com apostas esportivasque alguns destes termos que existem no ambiente podem ter impacto na forma como as pessoas pensam sobre algumas destas coisas externas.
gynbet com apostas esportivas BBC: Você menciona que as sociedades WEIRD (siglagynbet com apostas esportivasinglês para sociedades ocidentais, educadas, industrializadas, ricas e democráticas) não são uma população boa para se generalizar as capacidades da humanidade. Por que isso?
gynbet com apostas esportivas Everett: Foram pesquisadoresgynbet com apostas esportivaspsicologia há cercagynbet com apostas esportivas15 anos que inventaram essa sigla para WEIRD.
E eu acho que é uma maneira muito inteligentegynbet com apostas esportivasfazer isso. As pessoas estão cientes hojegynbet com apostas esportivasdia que, se existem cercagynbet com apostas esportivas7.000 línguas e culturas distintas no mundo, é problemático nós ficarmos nos debruçando repetidamente apenas no que pensam os americanos, os britânicos ou até mesmo os japoneses, e generalizar que é assim que os humanos pensam.
Nós [dos países WEIRD] somos uma pequena amostra da diversidade humana.
E além disso não somos representativos.
Um dos motivos disso é que estudos mostram que a alfabetização, por exemplo, muda a composição do cérebro.
À medida que as pessoas aprendem a ler e escrever, elas ficam focadasgynbet com apostas esportivasimagens bidimensionais. As crianças fazem isso repetidas vezes com livros e telas e isso tem alguns efeitos cognitivos.
Mas na perspectiva da história humana, se pensarmosgynbet com apostas esportivasescalasgynbet com apostas esportivastempo maiores, os humanos deixaram a África há cercagynbet com apostas esportivas100 mil anos, aproximadamentegynbet com apostas esportivasondas diferentes.
Eles caminharam por todo o mundo e chegaram a diversos lugares, incluindo o sul da América do Sul, há 20 mil anos.
Durante esse tempo, desenvolvemos formas muito diferentesgynbet com apostas esportivaspensar.
Na vertente europeia, a agricultura tem apenas cercagynbet com apostas esportivas8 mil anos e a industrialização tem apenas alguns 100 anos.
E a alfabetização generalizada —gynbet com apostas esportivasque se espera que todas as pessoas leiam e escrevam — é um fenômeno recente.
Quando usamos as pessoas dos países WEIRD para generalizar como os humanos pensam, estamos olhando apenas para uma vertente específicagynbet com apostas esportivashumanos que se desenvolveugynbet com apostas esportivasuma determinada parte do mundo durante apenas alguns mil anosgynbet com apostas esportivastoda essa históriagynbet com apostas esportivas100 mil anos.
É uma parte muito pequena da históriagynbet com apostas esportivasuma perspectiva histórica.
Obviamente, hoje é incrivelmente influente porque estes grupos tornaram-se potências colonizadoras e mudaram a forma como o mundo funciona.
Masgynbet com apostas esportivasuma perspectiva histórica e antropológica, isso é apenas uma parte do quadro. E às vezes é uma parte não representativa.
Temos que buscar uma amostragem menos tendenciosagynbet com apostas esportivascomo os humanos falam e pensam.

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gynbet com apostas esportivas BBC: Você convive há anos com indígenas brasileiros. Nagynbet com apostas esportivasvisão, a vida deles melhorou ou piorou ao longo dos anos?
gynbet com apostas esportivas Everett: Essa é uma pergunta difícil. Depende do contexto. Acho quegynbet com apostas esportivasmuitos aspectos a vida deles piorou. Mas dependegynbet com apostas esportivascom quem você fala. E não gostogynbet com apostas esportivasprojetar minha opinião sobre se a situação piorou.
Obviamente, o maior acontecimento na história das populações indígenas no Brasil egynbet com apostas esportivasoutros lugares foi a introduçãogynbet com apostas esportivasdoenças que dizimaram muitas delas e,gynbet com apostas esportivasmuitas maneiras, elas nunca se recuperaram dessa devastação.
Isso segue algo muito importante: ter acesso a bons remédios. Quando você conhece qualquer mãe indígena, independente da formação cultural, ela quer a saúde do filho.
E a saúde continua realmente inadequada. Alguns criticaram e acho que com razão, o governo brasileiro por isso, por não priorizar o suficiente, a saúde dos povos indígenas, apesar da criaçãogynbet com apostas esportivasdiferentes agências que tentaram fazer isso.
gynbet com apostas esportivas BBC: As comunidades indígenas estão tendo poder para conduzir seus rumos? Ou elas estão sendo conduzidas por outros?
gynbet com apostas esportivas Everett: Minha opinião é que eles estão sendo mais conduzidos. Os poderes que atuamgynbet com apostas esportivassuas vidas são muito maiores do que qualquer tipogynbet com apostas esportivasliberdade que eles tenham.
É o caso, por exemplo, do povo que eu conheço bem, os karitianas. Eles têm uma reserva enorme. Alguns dos brasileiros que são pobres chegam a ter inveja deles e pensam: “por que eles têm tanta terra e eu não?”
Mas se você pegar uma reserva assim, ela é cercada pelos brasileiros. Isso significa que a caça, os animais e a pesca simplesmente não são mais o que eram. Mesmo sendo um grande pedaçogynbet com apostas esportivasterra, não há animais e peixes suficientes para subsistir.
Então agora essas pessoas são forçadas a ir a locais como o Porto Velho para tentar ganhar a vida vendendo artefatos. Isso cria todos os tiposgynbet com apostas esportivasproblemas e cria pessoas que agora estão interagindo na cultura brasileira com aspectos dela que talvez não estivessem preparados. Às vezes eles podem não ter tolerância ao álcool ou enfrentar coisas que não enfrentaram na aldeia, e agora você tem filhos que estão lá fora. É uma coisa fundamentalmente econômica.
Alguns deles eu sei que querem viver na reserva e ter uma vida mais tradicional. Até mesmo para alguns dos mais jovens. Mas simplesmente não é viável.
gynbet com apostas esportivas BBC: Como é o dia a dia do trabalhogynbet com apostas esportivasum linguista no Brasil?
gynbet com apostas esportivas Everett: Muito do trabalho envolve eu sentadogynbet com apostas esportivasfrente a um computador fazendo programação. Com isso, eu meio que me afastei do trabalhogynbet com apostas esportivascampo, mas isso também aconteceu porque tive um filho e não queríamos ficar levando ele para a aldeia.
Estivegynbet com apostas esportivasvolta ao início dos anos 2000, quando estava fazendo meu doutorado, passei muito tempo na cidadegynbet com apostas esportivasPorto Velho pesquisando todos os dias com amigos que falavam a língua e gravando suas vozes, analisando. Fiquei focado principalmentegynbet com apostas esportivaspadrões sonoros que achei bastante interessantes.
Você pode analisar isso com um software acústico, Mas meu dia a dia era andargynbet com apostas esportivasmoto, andar pela selva, conversar com eles, entrevistá-los. Foi muito divertido.
A pesquisagynbet com apostas esportivassi é feita no computador e observando esses padrões — porque a linguagem é realmente complexagynbet com apostas esportivascertos aspectos —, e tentando descobrir alguns desses padrões. Mesmo que algumas pessoas tenham estudado a linguagem antes, é realmente muito desgastante mentalmente.
gynbet com apostas esportivas BBC: Você ainda mantém contato com amigos lá?
gynbet com apostas esportivas Everett: Sim. Eu não volto tanto, embora espere voltar no próximo ano por um longo tempo.
Eu tenho contato por e-mail com algumas dessas pessoas e muitas delas estão no Facebook agora.
O engraçado é que não estou muito nas redes sociais, mas elas estão. Então, se eu quiser segui-los, talvez eu tenha que entrar no Facebook pela primeira vezgynbet com apostas esportivasanos e ver o que está acontecendo. Mas mantenho contato por e-mail.
gynbet com apostas esportivas BBC: Em português?
gynbet com apostas esportivas Everett: Sim,gynbet com apostas esportivasportuguês. Às vezes eles escrevem na língua deles e eu tenho que tentar lembrar, porque estou sem prática. E isso não é algo que você pode clicar no Google Tradutor para te ajudar (risos).

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gynbet com apostas esportivas BBC: A inteligência artificial está ajudando a estudar novas línguas. Mas ela também está mudando as línguas que falamos. Quais os perigos da inteligência artificial para as nossas línguas?
gynbet com apostas esportivas Everett: Acho que isso está exacerbando a tendência que já existe há muito tempo,gynbet com apostas esportivasque as maiores línguas estão se tornando ainda mais influentes.
Isso acontece, por exemplo, com os large language models, que são a basegynbet com apostas esportivastecnologias como o Chat GPT.
Esses modelos são abastecidos com muitos dados e isso só pode ser feito com poucas línguas no mundo que são muito faladas.
O mundo tem cercagynbet com apostas esportivas7,4 mil línguas e só algumas poucas dezenas delas possuem dados suficientes para informar esses modelos.
Talvez um dia haja uma maneiragynbet com apostas esportivascoletar dados suficientes e isso me deixa otimistagynbet com apostas esportivasque existem maneiras pelas quais a inteligência artificial poderia ser usada para substituir os trabalhadores linguísticosgynbet com apostas esportivascampo para coletar apenas grandes quantidadesgynbet com apostas esportivasdados desses grupos indígenas, assumindo que eles estão eles concordam com isso para registrar e depois analisar e novas maneiras suas linguagens.
Essa parte ainda não é possível, mas há uma partegynbet com apostas esportivasmim que está otimistagynbet com apostas esportivasque isso será possível nas próximas décadas e que poderá realmente ajudar a preservar algumas destas línguas.
Mas agora eu diria que grande parte da tecnologia baseadagynbet com apostas esportivasgrandes modelosgynbet com apostas esportivaslinguagem apenas cria um pool maior para essas linguagens muito grandes.