Pix: os anúncios pagos pela oposição que ajudam a explicar a derrota do governo Lula nas redes:20 bettin

Crédito, Reprodução/Coronel Alberto Feitosa/Meta
Uma campanha contrária encampada por influenciadores digitais e membros da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a circular nas redes sociais.
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Nela, um dos argumentos principais era o20 bettinque o governo teria criado uma espécie20 bettin"imposto sobre o Pix", o que foi desmentido na segunda semana20 bettinjaneiro.
Acusada20 bettinespalhar "fake news", a oposição, então, mudou a linha20 bettinargumento. Em vez da suposta taxação do Pix, o argumento principal da campanha passa a ser o suposto monitoramento do Pix, a partir do qual o governo poderia aumentar a arrecadação cobrando imposto20 bettinrenda20 bettinquem até então não estaria pagando.
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No dia 1420 bettinjaneiro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) divulga um vídeo que viralizou criticando as medidas e levantando suspeitas sobre se o governo poderia ou não taxar o Pix. A produção já alcançou 325 milhões20 bettinvisualizações, mais da metade disso nas primeiras 24 horas após a postagem.
Pressionado, o governo anunciou, no dia 1520 bettinjaneiro, a revogação das medidas. O episódio vem sendo classificado por políticos como uma vitória da oposição20 bettinum terreno onde o governo estaria patinando: a comunicação na internet.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que parte significativa dessa campanha negativa contra as mudanças no Pix ocorreu20 bettinforma orgânica, ou seja, sem qualquer tipo20 bettinimpulsionamento pago.
Mas um levantamento feito pela BBC News Brasil com base20 bettindados da Meta (controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp) sobre anúncios pagos sobre o tema ajuda a explicar como o governo perdeu a batalha do Pix.
De acordo com o levantamento, 90% das postagens pagas sobre o tema nas plataformas da Meta tinham conteúdo contrário às medidas.
Juntos, esses anúncios tiveram entre 2,8 milhões e 3,4 milhões20 bettinimpressões. Impressão é a quantidade20 bettinvezes que um anúncio aparece na tela20 bettinum dispositivo eletrônico.
Do lado governista, os anúncios pagos favoráveis às medidas tiveram um alcance menor: entre 2 milhões e 2,2 milhões20 bettinimpressões. O detalhe é que desse montante, pelo menos 2 milhões20 bettinimpressões ocorreram no dia 1620 bettinjaneiro, quando o governo já havia revogado as medidas. Ou seja, o dados indicam que o governistas demoraram para reagir.
A maior parte das postagens da oposição não citava mais a suposta taxação do Pix, mas20 bettinpelo menos um caso, um parlamentar pagou pelo impulsionamento20 bettinum vídeo que20 bettinque anunciava o "fim" da taxação do Pix, embora a suposta taxação nunca tenha sido implementada.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a enxurrada20 bettinconteúdo negativo20 bettinrelação ao Pix fez parte20 bettinuma mistura entre debate político legítimo e uma campanha20 bettindesinformação.
Eles avaliam que a oposição aproveitou um momento20 bettinfragilidade da confiança da população no governo e explorou essa brecha para enfraquecê-lo usando conteúdo que se espalhou20 bettinforma orgânica e impulsionada.
O impulsionamento20 bettinconteúdo político no Brasil é permitido pela lei brasileira20 bettinqualquer época do ano. Durante o período pré-eleições e durante as campanhas eleitorais ele fica sujeito à avaliação da Justiça Eleitoral.
Os especialistas também disseram temer que as novas políticas20 bettinmoderação20 bettinplataformas como as anunciadas pela Meta no início deste ano possam tornar o ambiente virtual ainda mais propício à disseminação20 bettindesinformação - o que a empresa nega.
A BBC News Brasil questionou a Meta e ao menos três políticos que pagaram para impulsionar conteúdo que continham menções à suposta taxação do Pix.
Por meio20 bettinnota, a Meta disse que não iria comentar o assunto. Os políticos não responderam às perguntas enviadas pela BBC News Brasil.
A batalha dos anúncios pagos
O levantamento feito pela BBC News Brasil teve como base o repositório20 bettinanúncios por temas políticos disponibilizado pela Meta. Das empresas que controlam as redes sociais com o maior número20 bettinusuários no Brasil, a Meta é a única que disponibiliza esses dados, ainda que20 bettinforma parcial.
Segundo Marie Santini, coordenadora do laboratório20 bettinestudos20 bettininternet e mídias sociais da UFRJ (Netlab), nem todos os anúncios veiculados pela Meta constam deste repositório.
Ao todo, foram coletados 157 anúncios identificados pela Meta classificados pela empresa como como contendo temas políticos e que foram pagos por políticos com ou sem mandato eletivo veiculados entre os dias 1 e 1620 bettinjaneiro. O período abrange a intensificação da campanha e o dia seguinte à revogação das medidas pelo governo.
Não há indicação sobre se o pagamento foi feito com verbas públicas ou com recursos próprios.
No campo da oposição, os anúncios foram pagos por deputados federais, estaduais, vereadores, ex-candidatos20 bettinoposição e pelo diretório regional do partido Novo no Distrito Federal.
O restante, 16 anúncios, foi pago por deputados federais, funcionários do governo federal com cargos comissionados e pelo diretório nacional do PT.
Os valores exatos sobre quanto foi gasto e qual o alcance desses anúncios não é possível20 bettinser aferido uma vez que a Meta disponibiliza apenas valores aproximados sobre quanto cada anúncio custa e quantas impressões cada anúncio teve.
De acordo com o levantamento feito pela BBC News Brasil, a estimativa com base nas informações disponibilizadas pela Meta apontam que os anúncios da oposição tenham custado até R$ 18 mil.
As postagens pagas pelos governistas custaram até R$ 21 mil.
Entre os anúncios contra as mudanças no Pix identificados pela BBC News Brasil, a maioria fazia menção que o monitoramento do Pix tinha o objetivo20 bettincobrar impostos depois.
Alguns deles, porém, ainda citavam a suposta "taxação do Pix", desmentida pelas autoridades no início do mês.
É o caso20 bettinuma série20 bettinanúncios pagos pelo deputado estadual20 bettinPernambuco Coronel Alberto Feitosa (PL).
De acordo com os dados da Meta, no dia 1620 bettinjaneiro, já após a revogação das mudanças anunciadas pelo governo, o parlamentar, que é coronel da reserva da Polícia Militar20 bettinPernambuco (PM-PE), impulsionou 14 anúncios com uma mensagem20 bettinvídeo e um título: "Caiu a tributação do Pix!".
Esta também é a primeira frase do vídeo que tem 1 minuto e 26 segundos e que,20 bettinmomento algum, corrige a informação20 bettinque as mudanças não se tratavam20 bettintaxação do Pix.
De acordo com a Meta, um primeiro lote20 bettin13 anúncios custou entre R$ 200 e R$ 300 e apareceram entre 60 mil e 70 mil vezes20 bettindispositivos que acessaram o Facebook e o Instagram.
Outro anúncio idêntico apareceu entre 15 mil e 20 mil vezes20 bettindispositivos acessando apenas o Instagram.
Outro anúncio mencionado "taxação do Pix" identificado pela reportagem é o do deputado estadual por Santa Catarina Napoleão Bernardes (PSD-SC).
De acordo com o levantamento, ele pagou pelo impulsionamento20 bettintrês anúncios no Instagram com um vídeo usando o termo.
"Taxar o Pix? Jamais. O Pix é uma conquista nacional. Se popularizou, todo mundo usa e taxar, impor taxas sobre o pix não pode nem sequer ser cogitado", dizia um trecho do vídeo fazendo alusão a uma suposta tributação do Pix.
Mais menções a isso são feitas no vídeo.
"Não à taxação do Pix e o governo federal tem que ser claro que jamais vai cogitar taxar o Pix. Por isso, pelo Pix sem taxação, sem imposto, porque isso é uma sacanagem contra os brasileiros", disse o deputado no restante do vídeo.
Apesar20 bettinpedir que o governo federal se manifestasse sobre o assunto, o vídeo não mencionou que, no dia 720 bettinjaneiro, o Ministério da Fazenda já havia publicado um desmentido sobre as alegações20 bettineventual tributação do Pix e que Haddad e Lula também já haviam ido a público desmentir o assunto.
O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) também pagou por um anúncio que citava a suposta taxação do Pix.
Foi no dia 1520 bettinjaneiro. Segundo a Meta, o parlamentar pagou aproximadamente R$ 200 por dois anúncios com o seguinte título: "Imposto por movimentar Pix? Não no que depender20 bettinmim".
De acordo com a empresa, os anúncios geraram entre 1 mil e 2 mil impressões.
A reportagem da BBC News Brasil enviou questionamentos diretamente às assessorias dos três parlamentares citados.
Nenhum deles respondeu às perguntas feitas, entre elas, se o dinheiro usado para a veiculação dos anúncios era oriundo20 bettinverbas públicas.
A BBC News Brasil também enviou questionamentos à Meta, mas a empresa, por meio20 bettinnota, disse que não iria se manifestar sobre o assunto.

Crédito, Reprodução/Partido dos Trabalhadores/Meta
Resposta governista concentrada e tardia
Os dados também mostram que a resposta do PT e20 bettinpolíticos20 bettinsituação aconteceu20 bettinforma tardia e concentrada.
Os primeiros anúncios defendendo as medidas nas plataformas da Meta começaram a circular no dia 1020 bettinjaneiro.
Do outro lado, os primeiros anúncios pagos colocando20 bettindúvida as medidas começaram no dia 820 bettinjaneiro.
Além disso, a resposta governista foi concentrada.
Apenas dez anunciantes governistas pagaram por anúncios no período pesquisado. O maior deles foi o diretório nacional do PT, que pagou por dois anúncios.
Os dois obtiveram o maior número20 bettinimpressões registrado pela Meta: até 1 milhão. Segundo a empresa, um deles custou entre R$ 10 mil e R$ 15 mil e o outro entre R$ 4,5 mil e R$ 5 mil.
Enquanto isso, na oposição, a operação contra as medidas foi pulverizada e envolveu 48 anunciantes diferentes20 bettindistintas partes do Brasil.
Houve, por exemplo, 18 anúncios com um número20 bettinimpressões estimados entre 10 mil e 15 mil, mas também houve postagens pagas com volumes bem maiores como uma que teve entre 400 mil e 499 mil impressões e outra que oscilou entre 500 mil e 599 mil.
A percepção20 bettinque a resposta do governo à campanha da oposição foi ineficiente fez com que a direção nacional do PT convocasse uma reunião com seus integrantes para elaborar estratégias20 bettincomunicação digital.
A crise também acabou coincidindo com a posse do publicitário Sidônio Palmeira como novo ministro da Secretaria20 bettinComunicação da Presidência da República (Secom). Ao se instalar no cargo, Sidônio chamou a comunicação nas redes20 bettin"faroeste" e prometeu ações para combater desinformação.

Crédito, Reprodução/Meta/Napoleão Bernardes
Área cinzenta entre desinformação e debate
Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil classificam20 bettinforma diferente a onda20 bettinpostagens envolvendo as mudanças no Pix.
Para Luis Fakhouri, fundador da Palver, plataforma que fez parte da força-tarefa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra desinformação durante a campanha20 bettin2022, o que houve20 bettinrelação ao Pix foi uma campanha20 bettindesinformação que começou antes mesmo do início deste ano.
Em20 bettinplataforma, Fakhouri monitora o conteúdo20 bettin15 mil grupos20 bettinWhatsApp20 bettintodo o Brasil.
Ele disse à BBC News Brasil desde junho20 bettin2024 havia uma circulação20 bettinmensagens nestes grupos mirando o Pix e outros tipos20 bettintransações financeiras.
"Essa campanha começou20 bettinjunho20 bettin2024 numa tentativa20 bettintirar a credibilidade do governo. E isso foi feito20 bettinalgumas formas. A primeira foi tentar comparar as moedas digitais e a iniciativa do Brasil (conhecida como DREX) com o que acontece na China", disse à BBC News Brasil.
Ele disse que, na época, circularam postagens que ligavam o DREX a medidas20 bettincontrole totalitários e que apontavam que o governo estaria interessado20 bettindirecionar as ações da população por meio do controle das suas transações financeiras.
Ele afirmou que nessa fase, a circulação desse tipo20 bettinconteúdo teria ajudado a minar a credibilidade do governo na área econômica.
Fakhouri avaliou que recuos do governo20 bettinrelação à taxação20 bettinmercadorias importadas até US$ 50 também contribuíram para essa erosão20 bettincredibilidade.
Foi20 bettinmeio a esse cenário que as medidas sobre a fiscalização do Pix teriam criado uma "janela20 bettinoportunidade" para a oposição.
"Na minha visão, foi uma campanha20 bettindesinformação que começou há alguns meses e que resultou na discussão sobre o Pix, aproveitando uma janela20 bettinoportunidade deixada pela falha20 bettincomunicação do governo", disse Fakhouri.
Liz Nóbrega, que é doutoranda20 bettinCiências da Comunicação pela USP e coordenadora20 bettincomunicação do laboratório independente especializado20 bettinmarketing digital Aláfia, avalia que o que aconteceu20 bettinrelação ao Pix foi uma mistura20 bettindebate político legítimo20 bettindemocracias com uma campanha20 bettindesinformação.
Ao analisar os anúncios do levantamento feito pela reportagem da BBC News Brasil, Nóbrega apontou que a maioria deles não continha informações falsas e que estariam dentro do esperado20 bettinambiente20 bettindisputa política.
Ela pontuou, no entanto, que o peso da desinformação20 bettintorno do Pix nas últimas semanas foi grande.
"O que aconteceu nas últimas semanas foi uma mistura das duas coisas [debate político e desinformação]. Hoje20 bettindia, essas duas coisas são bastante difíceis20 bettinseparar. Mas é óbvio que a desinformação pesou bastante", disse.
"Por um lado, tivemos um debate político legítimo que trouxe uma interpretação20 bettindeterminado espectro político sobre essas medidas, mas nem sempre essa interpretação vai estar baseada20 bettinfatos verdadeiros", afirmou.
Nóbrega disse ainda que analisar episódios como o que envolveu o Pix é complicado porque a desinformação é mais do que a simples propagação20 bettinuma informação falsa.
"Quando a gente fala sobre desinformação, a gente não está falando apenas20 bettinum fato completamente inventado, como, por exemplo, a taxação do Pix [...] que seria uma informação inventada e falsa e que não dialoga com os fatos reais", disse.
"A desinformação também se apresenta como um contexto falso, como uma conexão falsa das informações. Muitas vezes, a desinformação atua como uma forma20 bettintentar induzir a algumas conclusões a partir20 bettininformações que são verídicas, mas que são distorcidas para caber dentro20 bettinum discurso específico e vai levar o usuário a uma conclusão que não corresponde à realidade", disse Nóbrega.
Para Marie Santini, do Netlab, a polêmica20 bettintorno do Pix também foi resultado20 bettinuma mistura20 bettincampanha20 bettindesinformação com debate político legítimo20 bettinregimes democráticos.
"Houve as duas coisas. O ápice, no entanto, foi o vídeo do deputado Nikolas Ferreira20 bettinque ele não chega a dizer algo falso, mas ele surfa na desinformação, dando a entender que era para a população duvidar das medidas tomadas pelo governo", disse Santini.
De acordo com os dados da Meta, o parlamentar não pagou pelo impulsionamento do vídeo.
O vídeo mencionado por Santini foi postado pelo parlamentar20 bettinsuas redes sociais e já teve mais20 bettin325 milhões20 bettinvisualizações no Instagram. Nele, o parlamentar admite que não haveria taxação sobre o Pix, mas disse não duvidar20 bettinque o governo pudesse fazer isso no futuro.
Os três especialistas apontam que essa dinâmica cinzenta torna mais difícil uma avaliação sobre qual o papel das plataformas digitais.
Os três concordaram que o anúncio do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa que citava a queda20 bettinuma suposta tributação sobre o Pix continha, sim, desinformação.
Marie Santini diz, no entanto, que derrubar este conteúdo talvez não fosse a melhor alternativa.
"O ideal é que anúncios como esse fossem acompanhados20 bettinalgum tipo20 bettinmarcação feita por agências20 bettinchecagem20 bettindados. Não acho que seria o caso20 bettinderrubar porque o político precisa arcar com as consequências das suas condutas, mesmo que seja divulgar uma informação errada", disse Santini.
A coordenadora do Netlab afirmou, no entanto, que o recente anúncio feito pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg,20 bettinque a empresa abandonaria a parceria que mantinha com agências20 bettinchecagem20 bettindados e permitiria a recomendação20 bettinconteúdo político, cria dúvidas sobre como será o ambiente dentro das plataformas controladas pela empresa.
"A gente não sabe se a crise que vivemos no Brasil já foi resultado20 bettinmudanças no algoritmo da Meta. Um dos problemas que temos hoje é a opacidade das plataformas digitais. Nós não sabemos como elas operam20 bettinverdade e elas são pouco sujeitas a controle externo", afirmou.
Luiz Fakhouri também disse avaliar que as plataformas têm dificuldade para decidir por derrubar um conteúdo que esteja na chamada área cinzenta entre debate e desinformação.
"Dentro do universo20 bettinanúncios que eu vi, a maioria estava neste limiar entre debate e desinformação. Não vejo como a Meta poderia simplesmente derrubar tudo. Até porque a empresa não está totalmente ciente20 bettintoda a discussão que foi minando a credibilidade do governo dentro dos grupos20 bettinWhatsApp", disse Fakhouri citando que a comunicação via WhatsApp é criptografada.
Fakhouri e Santini disseram acreditar que crises como a que envolveu o Pix tendem a acontecer novamente.
"Quando você tem o medo da população e a falta20 bettincredibilidade governo, temos a formação20 bettinum conjunto muito propício para qualquer coisa grudar", disse Fakhouri.
"Essa combinação entre debate político e desinformação deverá ser a tendência", disse Santini.

Crédito, Getty Images
15 dias20 bettinboatos que abalaram o governo
A RN 2219/24 da Receita Federal passou a valer20 bettintodo o país na virada do ano. Esta foi a normativa que estabeleceu mudanças nos critérios para reporte20 bettintransações envolvendo o Pix no Brasil.
A partir20 bettinentão, os primeiros boatos e notícias falsas sobre uma possível "taxa do Pix" começaram a ganhar força nas redes sociais.
No dia 720 bettinjaneiro, a Receita Federal publica o primeiro desmentido.
O Ministério da Fazenda divulgou um artigo dizendo que a regra "não implicou20 bettinqualquer aumento20 bettintributação".
Segundo o texto, a medida visava "um melhor gerenciamento20 bettinriscos pela administração tributária, a partir da qual será possível oferecer melhores serviços à sociedade,20 bettinabsoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal".
No dia 920 bettinjaneiro, começa a circular um vídeo falso atribuído ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
feito por inteligência artificial, simulava uma suposta fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
No vídeo, que teve grande repercussão nas redes sociais, a voz e o movimento dos lábios dele foram alterados, para dar a impressão20 bettinque Haddad anunciava a criação20 bettinuma série20 bettinnovos impostos — sobre cachorros e mulheres grávidas, por exemplo.
A Advocacia Geral da União (AGU) envou uma notificação extrajudicial ao Facebook para que o vídeo falso fosse retirado do ar.
No mesmo dia, Haddad publicou nas redes sociais um vídeo20 bettinque desmentia os boatos, inclusive sobre o monitoramento das contas bancárias.
"Imposto sobre Pix. Mentira. Imposto sobre quem compra dólar. Mentira. Imposto sobre quem tem animal20 bettinestimação. Mentira", disse o ministro.
No dia 1020 bettinjaneiro, foi a vez20 bettinLula se manifestar sobre o assunto.
Para isso, o presidente da República publicou um vídeo20 bettinque ele faz um Pix para a campanha20 bettinarrecadação que pretende pagar a dívida da construção da NeoQuímica Arena, o Estádio do Corinthians.
"Por que eu tomei essa decisão? Porque tem uma quantidade enorme20 bettinmentiras desde ontem20 bettintodas as redes sociais dizendo que o governo vai taxar o Pix. E eu quero provar que é mentira", afirmou ele.
Três dias depois, foi a vez do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrar20 bettincena.
Bolsonaro fez uma série20 bettinpostagens sobre o assunto e classificou as mudanças na fiscalização como "covardia com os mais pobres".
"Além20 bettindiaristas, camelôs, cabeleireiras, jardineiros, pedreiros, taxistas, palhaços20 bettinfesta, ajuda a filhos/netos, vendedores20 bettinpipoca, etc, poderão ser obrigados a entregar parte20 bettinseu ganho para o Imposto20 bettinRenda", escreveu Bolsonaro.
No dia 1420 bettinjaneiro, o vídeo20 bettinNikolas Ferreira viraliza, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo.
Embora tenha dito que "o Pix não será taxado", o deputado federal afirmou que "a comprinha da China não seria taxada, e foi".
Ele também declarou que "não duvida" que o Pix possa ser alvo20 bettinalguma taxa no futuro.
Nesse dia, o publicitário Sidônio Palmeira assumiu como novo ministro da Secretaria20 bettinComunicação da Presidência da República (Secom), no lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
No dia 1520 bettinjaneiro, após toda a repercussão das últimas semanas, Haddad e Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal, anunciaram a revogação das medidas.
Haddad ainda disse que o assunto foi "objeto20 bettinexploração" por pessoas que, na visão dele, "estão cometendo um crime".
"Porque quando você desacredita um instrumento público, você está cometendo um crime", argumentou o ministro.